No Dia da Terra, 22 de abril, a Navdanya International, Naturaleza de Derechos, Health of Mother Earth Foundation – HOMEF, com mais de 500 organizações de 50 países, redes e indivíduos de todo o mundo, lançou um Manifesto Planetário e um pedido de ação urgente onde a saúde e o bem-estar de todos os povos e do planeta estão no centro de todas as políticas governamentais e institucionais, na construção de comunidades e ações cívicas.
Leia e assine o Manifesto do Dia da Terra
No Dia Mundial da Saúde, lembremos que somos uma Família da Terra em um planeta, saudáveis em nossa diversidade e interconexão.
A saúde do planeta e a nossa saúde são inseparáveis.
Podemos estar ligados em todo o mundo através da disseminação de doenças, como o Coronavírus, quando invadimos os lares de outras espécies, manipulamos plantas e animais para obter lucros comerciais e ganância, e disseminamos monoculturas.
Ou podemos estar conectados através da saúde e do bem-estar para todos, protegendo a diversidade de ecossistemas e protegendo a biodiversidade, a integridade e a auto-organização (autopoiese) de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos.
Novas doenças estão sendo criadas por conta de um modelo globalizado, industrializado e ineficiente de alimentos e agricultura que está invadindo o habitat ecológico de outras espécies, enquanto manipula animais e plantas sem respeitar sua integridade e saúde. A ilusão da Terra e de seus seres como matéria-prima a ser explorada com fins lucrativos está criando um mundo, conectado através de doenças.
Doenças estão passando de animais não humanos para animais humanos, à medida que destruímos o habitat e as casas das espécies selvagens. Nós violamos a integridade das espécies, assim como manipulamos animais em fazendas industriais e manipulamos plantas geneticamente através de engenharia genética com promotores virais e marcadores de resistência a antibióticos.
Nas últimas décadas, as doenças crônicas não transmissíveis se espalharam exponencialmente e mataram milhões de pessoas. Sistemas alimentares tóxicos e industriais são grandes contribuintes para doenças crônicas. Os riscos de doenças infecciosas, como o Coronavírus, aumentam muitas vezes quando combinados com a comorbidade de doenças crônicas.
À medida em que as florestas são destruídas, enquanto nossas fazendas se tornam monoculturas para produzir produtos tóxicos e nutricionalmente vazios, e nossas dietas se degradam através do processamento industrial com produtos químicos sintéticos e engenharia genética em laboratórios, nos tornamos conectados através de doenças. Em vez de estarmos conectados através da biodiversidade dentro e fora de nós, através de um continuum de saúde através e na biodiversidade.
A riqueza da biodiversidade em nossas florestas, nossas fazendas, nossos alimentos, nosso microbioma intestinal torna o planeta, suas diversas espécies, incluindo seres humanos, mais saudáveis e mais resistentes a pragas e doenças.
A emergência de saúde com a qual o vírus Corona está nos acordando está ligada à emergência da extinção e desaparecimento de espécies, e à emergência climática. Todas as emergências estão enraizadas em uma visão de mundo mecanicista, militarista e antropocêntrica dos seres humanos, separada e superior a outros seres, os quais podemos possuir, manipular e controlar. Também está enraizada em um modelo econômico baseado na ilusão de crescimento ilimitado e ganância ilimitada que viola sistematicamente as fronteiras planetárias, bem como a integridade do ecossistema e das espécies.
Com o Coronavírus, os governos estão mostrando que podem tomar medidas para proteger a saúde das pessoas quando têm vontade. Agora é a hora de tomar todas as medidas necessárias para interromper todas as atividades que comprometem nossa saúde, comprometendo os processos metabólicos que regulam nossa saúde. As mesmas atividades que também causam danos à biodiversidade do planeta e à capacidade de auto-regulação da Terra, levando à destruição do clima.
A emergência de saúde está nos forçando a desglobalizar. Podemos fazê-lo quando houver vontade política. Vamos tornar essa desglobalização permanente. Vamos fazer uma transição para o local.
Agricultura e sistemas alimentares biodiversos locais melhoram a saúde e reduzem a pegada ecológica. O localismo deixa espaço para diversas espécies, culturas diversas e diversas economias locais e vivas prosperarem.
A crise do Corona, e a resposta à crise, precisam se tornar a base para interromper os processos que degeneram nossa saúde e a saúde do planeta e iniciar o processo que regenera ambos.
Que o isolamento social necessário em uma emergência de saúde não se torne um padrão permanente de separação, destruindo a comunidade e a coesão social. O futuro depende da nossa unidade como humanidade em um planeta. Que as precauções de hoje não sejam cimentadas em um clima permanente de medo e isolamento. Precisamos uns dos outros e da Terra para criar resiliência em tempos de emergência e regenerar a saúde e o bem-estar no mundo pós-Coronavírus.
A crise do Coronavírus cria uma nova oportunidade de mudar o paradigma da era mecanicista industrial da separação, dominação, ganância e doença para a era de Gaia, de uma civilização planetária baseada na consciência planetária de que somos uma família da Terra. Que nossa saúde é uma saúde enraizada na interconexão ecológica, diversidade, regeneração e harmonia.
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Translations kindly provided by Isabela S. de Castro
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